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As tendências de mercado para o agronegócio em 2022

Caroline Borba 19 de Janeiro de 2022

As tendências de mercado para o agronegócio em 2022


Embora os custos na aquisição de fertilizantes sigam elevados, o ano deve ser de safra recorde, maior empregabilidade no campo, previsões climáticas positivas e de novas tecnologias para otimização de resultados no campo


Os impactos causados pela Covid-19 são sentidos no dia a dia pelos brasileiros. Seja na comida comprada nos supermercados, seja nos produtos vendidos na feira, o agronegócio encontrará desafios para manter a economia aquecida e prover alimentos para consumo do mercado interno.


Antes de mais nada, para contextualizar, basta saber que o Brasil não só é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo – perdendo apenas para Estados Unidos e China – como também é o segundo maior exportador de alimentos, ficando atrás apenas dos americanos. Antes da pandemia do Covid-19, a cadeia agropecuária seguia em constante crescimento e vendendo as produções excedente ao mercado externo.


A pandemia trouxe incertezas para a economia global como um todo. Muitas das decisões tomadas por governos de diversos países esbarraram na incapacidade de se prever os rumos que o Covid-19 tomaria com suas diversas variantes. Muitos setores econômicos foram inevitavelmente atingidos, mas, com a agropecuária as reações observadas foram mais prejudiciais aos pequenos agricultores. O custo de produção com insumos aumentou obrigando produtores a escolherem repassá-lo ao consumidor final ou diminuir sua margem de ganhos. Além disso, em 2021 houve também aumento superior a 100% no valor final de fertilizantes e defensivos agrícolas para diversas culturas, como de soja e milho.


Previsões e tendências para o ano
A tecnologia já vem sendo um ponto de destaque antes mesmo da pandemia. Pequenos produtores puderam trabalhar com a divulgação de seus produtos através das redes sociais. Essa mudança cultural surge em uma época de hiper conectividade onde as barreiras de comunicação foram derrubadas pela internet e suas redes sociais. Buscando novas formas de otimizar resultados e evitar perdas – em um cenário econômico com baixa margem para desperdícios ou riscos – novas tecnologias passam a ser implementadas para logística e análise de dados da produção em um número cada vez maior de propriedades.


Embora o custo de produção com insumos siga elevado – possivelmente um dos mais altos da história – a previsão para esse ano é de que haja safra recorde de grãos excedendo em 14% a safra do ano passado. Os valores dos defensivos agrícolas devem permanecer elevados também durante o ano, obrigando aos produtores a redobrar a atenção ao valor final praticado em seus produtos.


Mesmo com a safra tendo aumento a tendencia é que a margem de lucro dos produtores seja achatada. Isso ocorre devido a elevação de preços somado justamente aos custos de produção que devem se manter elevados ao longo de 2022. Os fertilizantes contam com um número elevado de insumos produzidos no exterior, o que encarece seu valor final. A logística para trazê-lo ao país é um desafio. Outro fator que deve ser analisado é de que há problemas de produção em muitos países devido a questões energéticas, de combustíveis, taxações e câmbios. O que pode amenizar este quadro é a expectativa de melhora climática para as plantações, o que deve diminuir a necessidade de uso constante dos fertilizantes.


A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio, é de crescimento menor que em 2021 devendo ficar entre 3% e 5%, conforme a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em economia Aplicada (Cepea). Quanto as exportações do agronegócio, elas bateram recorde no acumulado de 2021 de janeiro a novembro, atingindo o valor de US$ 110,7 bilhões. Crescimento de 18,4% se analisado com o ano anterior. Para 2022, é importante monitorar os gargalos do transporte marítimo, oferta de insumos, o comércio internacional como um todo e as discussões em torno das pautas ambientais.


Quanto ao nível de emprego relacionado ao campo, a recuperação tem sido veloz. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no terceiro trimestre do ano passado, o número de postos de trabalho ocupados em agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura atingiu o patamar de 9 milhões. Esse número representa um aumento de 574 mil novos empregos se comparados ao mesmo período de 2019, quanto o patamar era de 8,5 milhões – período anterior a pandemia.


Tecnologia agregada ao agronegócio
Com previsão de safra histórica, a tendência para 2022 está na implementação da tecnologia nas propriedades rurais. Não se trata de uma novidade. Diversas startups surgiram na onda de crescimento do setor do agronegócio. Muitos investidores confiam no fato de que a tecnologia deve melhor a gerência das propriedades e otimizar as produções.


Desde painéis solares a drones, que identificam padrões de pragas nas plantações, a tecnologia surge como ferramenta essencial para que os produtores sigam fornecendo seus produtos, ainda que a previsão de margem de lucro seja estreitada em 2022. Além disso, outro fator impactado é a qualidade de vida, tanto do produtor como da mão de obra. Para manter isso, muitos produtores rurais têm recorrido a ferramentas de análise de dados. Através deles, são fornecidos dados sobre o desempenho de colheitadeiras, estoques de produção, entre outros. Registros como o quanto um trator percorreu em quilometragem, últimas revisões e documentações podem ajudar na hora de planejar alocar os recursos com custos que normalmente não seriam previstos, além de permitir otimizar as trajetórias do maquinário.


A tecnologia vem para ficar, e aos produtores que não se adequarem, a certeza é de uma concorrência cada vez mais capacitada e superior. Com as ferramentas tecnológicas adequadas o produtor será capaz de ter mais controle sobre suas produções e evitar perdas, para rentabilizar mais e melhor. Se os problemas para este ano se mostram desafiadores, a tecnologia surge como o melhor suporte diante do cenário imposto pela pandemia.



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